Um comicio-festa com participação de Francisco Louçã, Alda Macedo, Cláudio Torres e João Romão encerrará a Jornada sobre Alterações Climáticas que o Bloco de Esquerda promoveu na sexta feira no Guadiana. O evento realizou-se na Praça Marquês de Pombal e incluiu música portuguesa, com Susana Neves e Luís Conceição.
Durante a tarde, realizou-se ao longo do Guadiana um encontro de activistas do BE com especialistas da área dos recursos hídricos e organizações ambientalistas e de desenvolvimento do interior de Algarve. As implicações das alterações climáticas sobre a gestão dos recursos hídricos e os modelos de desenvolvimento da região serão os temas em discussão nesta reunião.
Este evento enquadra-se numa campanha nacional sobre Alterações Climáticas que o BE vai realizar entre Julho e Setembro.
Em Bloco pelo Guadiana
A desertificação do território do Baixo Guadiana pode ser acelerada pelos efeitos das alterações climáticas: o aquecimento global ameaça os recursos hídricos, coloca novas exigências e restrições à sua utilização e exige novas atitudes, comportamentos e modelos de desenvolvimento. Nesta jornada queremos discutir esse impactos e possíveis alternativas de desenvolvimento económico e social para um território habitado por população envelhecida e escassa.
O Guadiana marca a fronteira entre dois países que não partilham a sua gestão: são diferentes os modos de utilização do território nas duas margens do Rio, quer ao nível dos processos de urbanização recentes, quer ao nível da utilização dos recursos hídricos. Também por isso se exige a criação de um Parque Natural Transfonteirço, reivindicado por associações ambientalistas das duas margens do Rio.
A voracidade predatória do capitalismo revelou-se no Algarve com a brutal ocupação do seu litoral, que alimentou a especulação imobiliária e a banca. Esgotado o litoral, os patos-bravos voam para as margens do Grande Rio do Sul, cobiçadas para grandes operações urbanísticas e especulativas. O aquecimento global a única ameaça ao Baixo Guadiana.